Sem dúvidas, essa é a pergunta que fica na cabeça de todo e qualquer turista, quando o assunto é câmbio. Devo comprar agora, antes que suba mais, ou arriscar e esperar por alguma baixa?
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Do marinheiro de primeira viagem ao turista experiente que já foi mais de 100 vezes ao exterior, ninguém escapa dessa dúvida, afinal, todos queremos pagar mais barato, correto?
E é ai que aparece o nosso primeiro erro: buscar por argumentos ou notícias que nos ajude a decidir sobre quando comprar. Na verdade, a palavra "decidir" não seria a correta nessa frase, pois o que buscamos mesmo são argumentos que alimentem a nossa esperança de que o dólar vai voltar a cair antes da nossa viagem. E a esperança é, aqui, nossa maior inimiga.
"Vai quebrar a cara quem apostar na alta do dólar" - Ex Ministro Guido Mantega, em 2014.
Lá em outubro de 2014, no primórdio do Dólar na Bagagem, quando a moeda americana saltava da casa dos R$2,25 para próximo dos R$2,50, me lembro do então Ministro Mantega soltar essa pérola, a fim de tranquilizar o mercado. Isso não impediu que, um ano depois, o dólar chegasse a bater na casa dos 4,25, mas levou muitos turista com viagem marcada a não comprar o dólar e esperar um recuo na cotação, que não veio. Também levou várias pessoas a adiarem suas viagens na expectativa de baixa, mas a moeda quase dobrou e muitos destes acabaram desistindo da viagem.
Foi nesta época que, vendo o erro que estavam cometendo, que nasceu o Dólar na Bagagem e, desde então, venho instruindo e conversando com diversas pessoas que me solicitam ajuda. Percebi que, como dito anteriormente, a esperança de poder pagar mais barato é a maior inimiga do turista. Sempre buscamos por alguma coisa que nos ajude a acreditar que o dólar ou outra moeda vai voltar a cair. É a mesma esperança de quem faz uma "fezinha" na mega sena e no dia seguinte, começa a imaginar o que faria com o prêmio, tudo que compraria, para onde iria, e tudo mais. As chances são mínimas, mas ela sempre vai lá joga, e sonha novamente.
Em relação ao dólar, quem ai não se lembrar da "expectativa" de baixa com o julgamento do Lula, posteriormente com sua prisão, com a eleição do Bolsonaro e mais recentemente com o Mega leilão do Pré-sal, fora outros fatos menores? Quem nunca ficou esperando uma intervenção do Banco Central? Não que fatos como esses não gerem volatilidade nas moedas, podendo trazer uma baixa, mas a questão é que não devemos utilizar desses fatos como argumentos para decidir comprar ou não, afinal, não sabemos qual e como será o impacto nos preços.
Temos dois bons exemplos recentes: Primeiro, em 2018, vários sites e analistas fundamentalistas e gráficos (inclusive eu, que mostrava os argumentos nas análises) tinham expectativa de baixa para o dólar caso o Bolsonaro fosse eleito. Alguns acreditavam que ele pudesse chegar à casa dos 3,60. O mercado precificou isso antes e o dólar então saiu da casa dos 4,20 em setembro/18 para marcar mínima em 3,58 na segunda-feira seguinte ao segundo turno, dia 29/10. De certo modo a expectativa se cumpriu, porém, passada as eleições o mercado mudou o foco e passou a olhar outros fatores, e o dólar voltou a subir. Enquanto isso, quem ficou esperando com base nas notícias de que o dólar iria cair depois da eleição está esperando até hoje. Quem seguia o Dólar na Bagagem deve se lembrar que tivemos recomendação de compra na sexta, por volta de 3,65. Neste primeiro caso o mercado se movimentou antes.
Em outro caso recente, as matérias diziam que o mega leilão do pré-sal, ocorrido no dia 6 de novembro de 2019, poderia trazer uma grande entrada de capital externo, e impactar a cotação, levando o dólar a recuar. Ele estava, nas vésperas, sobre uma região de suporte importante dos 4,00 e tivemos ali, recomendação de compras parciais por 7 pregões consecutivos. Uma galera resolveu não comprar e esperar o mega leilão. Resultado: 2% de alta no dia, fechando a 4,08, e mais 4,5% nos dias seguintes, levando a moeda americana a renovar sua máxima histórica, na casa dos 4,27.
Quer um bônus? Entrou ai outro vilão dos turistas: O Pânico.
Com o dólar renovando máxima histórica, virou capa de revista, notícias em todos os jornais, memes nas redes sociais, entre outros. A pessoas que não compraram lá nos 4,00, acabaram comprando no desespero, pagando bem mais caro, temendo mais alta. E adivinha o que aconteceu depois? O doleta saiu dos 4,27 no final de novembro/19 para os 4,00 novamente, no primeiro pregão de 2020. Doido, né?
O câmbio é flutuante
Devemos estar cientes de que o câmbio no Brasil é flutuante. As operações de compra e venda de moedas funcionam em um controle sistemático do governo, e varia de acordo com a oferta e demanda no mercado. Em outras palavras, as moedas flutuam livremente e vão subir, cair ou ficar estáveis, a depender do que o mercado quer.
Com base nisso, podemos afirmar sem sombra de dúvidas que a melhor forma de comprar dólar é aos poucos, fazendo um preço médio. Comprar tudo agora ou esperar para mais próximo da viagem é um jogo de sorte ou azar. Já comprando aos poucos, você não pegará o melhor valor, mas com certeza, não pegará também o pior.
O recomendado é dividir o valor que pretende levar pela quantidade de meses, quinzenas ou mesmo semanas (se sua viagem estiver próxima) que falta até a viagem. Você chegará ao seu valor de "compra parcial ", e assim pode ir comprando regularmente. Se, no período de compras, o dólar oscilar entre 4,00 e 4,30, por exemplo, seu preço médio estaria por volta dos 4,15. Dá pra tentar melhorar isso? Dá! E é ai que entra a análise gráfica!
Com base nos gráficos, podemos identificar movimentação passadas que tendem a se repetir no futuro, identificando assim, sinais que podem anteceder altas ou baixas e consequentemente, os melhores e piores momentos para comprar, baixando assim o preço médio. Neste momento que vos escrevo, tenho uma viagem marcada os próximos dias e já comprei todos os meus dólar. Ele oscilou 30 centavos no período em que eu estava comprando, entre 3,97 e 4,27, e meu preço médio está por volta dos 4,08. Bom né?
Se você não tem conhecimento em análise gráfica, siga as análises diárias aqui do Dólar na Bagagem, nos stories, em nosso perfil no instagram. Em nosso Close Friends, indicamos a melhor estratégia, os pontos de compra e indicamos quando comprar e quando esperar. Não fique de fora! Conheça nossos planos: Close Friends.
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